12 fevereiro, 2021

Dilon Ndjindji [BIOGRAFIA]


Dilon Ndjindji – compositor, intérprete, coreógrafo e bailarino moçambicano nascido aos 14 de Agosto de 1927, em Marracuene, a cerca de 30 km a norte da cidade de Maputo, em Moçambique.


Manifestando desde cedo o gosto pela música, construiu, aos 12 anos, a sua própria guitarra, com apenas três cordas, a partir de uma lata de óleo. Três anos depois, teve a sua primeira guitarra e com ela começou a tocar em casamentos e em festas particulares. Nessa altura, tocava os populares estilos musicais zukuta e mágica.




Em 1945, após a conclusão dos estudos secundários, frequentou um curso de estudos bíblicos na Missão Suíça, no Seminário Ricalta, uma instituição ecuménica sediada em Marracuene. Tendo concluído aquele curso em 1947, foi exercer as funções de Pastor na Ilha Mariana (actual Ilha Josina Machel, província de Maputo). Nessa ilha, iniciou-se nos ritmos da marrabenta, um estilo musical urbano típico do sul de Moçambique. O seu espírito e energia contribuíram para popularizar esse novo estilo musical.

Em 1950, foi trabalhar como mineiro para a África do Sul, donde regressou definitivamente em 1954 para Moçambique.
No ano de 1960, criou o seu próprio grupo de música – “Estrela de Marracuene”, com o qual actuou pela primeira vez na Rádio, em 1964, na estação Voz Africana. Gravou o seu primeiro álbum, Xiguindlana, em 1973, através da casa discográfica Produções 1001, na qual trabalhou como coordenador de produção.


Em 1994, ganhou o N’goma Moçambique, um concurso da Rádio Moçambique, na categoria de Canção Mais Popular, com a música “Juro Palavra d’Honra, Sinceramente Vou Morrer Assim”, através da qual exprime as dificuldades de vida em Moçambique.

A partir de 2001, lançou a sua carreira a nível internacional, como membro do grupo Mabulu. Naquele ano, actuou pela primeira vez fora de Moçambique e demonstrou, apesar dos seus 74 anos, uma inesgotável energia e uma grande agilidade para a dança. Em 2002, gravou o seu primeiro trabalho internacional, a solo, num CD intitulado Dilon, no qual a marrabenta é apresentada de forma mais acústica e minimalista.


Sob iniciativa do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC), em 2013, foi publicado o livro “Vida e Obra de Dilon Djindji”, que traz aspectos da vida artística e pessoal do lendário músico e ícone da marrabenta. Juntamente com António Marcos, participou no filme “Marrabentando – As Histórias que a Minha Guitarra Canta” produzido por Karen Boswell, em 2004.

Participou na criação e em todas as edições do Festival Marrabenta e demais espectáculos no país e no estrangeiro, como também foi homenageado por diversas instituições públicas e privados do país com destaque para a “Medalha de Mérito de Artes e Letras”, concedida pelo Governo de Moçambique em 2014, em reconhecimento do seu contributo em prol das artes e cultura.




O seu reportório é constituído por canções sobre o amor e as relações humanas, como “Maria Teresa”, “Angelina”, “Achiltanwana”, “Maria Rosa”, “Hilwe-Wa Santi”; canções sobre Moçambique, das quais se destaca “Sofala”, “Marracuene”; canções sobre os problemas que afectam a sociedade do seu país, entre muitas outras. O seu trabalho musical tem influenciado vários artistas, tais como Alexandre Jafete, Eusebio Johan Tamele, Francisco Mahecuane e Alberto Langa. 

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